Como definir a felicidade? Uma reflexão

10/07/2013 18:24

Como definir a felicidade? Uma reflexão

 

 

 

A felicidade é a grande guardiã da consciência, coração e sentimentos. Por isso, entre os muitos caminhos que podemos percorrer na busca da felicidade, certamente, o que mais se destaca é: Lute por sua felicidade, sem nunca ferir sua consciência, coração e sentimentos. Este estado de vida é almejado por todos. Daqui se destaca que por muito que seja a inteligência do homem, sua grande capacidade de descobrir, abrir novos horizontes e caminhos, acredito que será difícil definir a felicidade. Esta se vive no dia a dia, tendo em conta os altos e baixos que lhes são proporcionados na surpresa ou nos acontecimentos quotidianos. Por isso, lute por sua felicidade, sem nunca ferir seu coração. O ser humano gosta de aventuras, prosperar no que acredita, ter proezas, empresariar experiências muitas vezes arriscadas e perigosas, outras vezes até mesmo incomuns, com a finalidade de chegar a uma felicidade. Imprimindo energia em sua maturidade pensante, o homem, gosta de ser responsável pelos seus atos, ao menos devia ser assim. Lute por sua felicidade, sem nunca ferir seus sentimentos.
 
Ninguém recebe a felicidade pronta e acabada. Nas várias possibilidades que a pessoa tem na sua história biológica, vale dizer, no nascer, crescer, produzir e morrer, este executa atos, toma decisões, adquire hábitos, assume responsabilidades, muda de atitudes, avança, recua, age de acordo, define seu modelo de vida, forma sua personalidade e alicerça seu caráter. Lute por sua felicidade, sem nunca esquecer que o outro também merece ser feliz. Cada ser humano precisa se conscientizar que por mínima que seja nossa ação, esta sempre traz conseqüências que podem exaltar ou frustrar o presente; repercutir no eu pessoal, familiar e comunitário; interferir no equilíbrio de um amanhã mais seguro ou dar espaços a uma vulnerabilidade. Lute por sua felicidade, sem nunca esquecer as conseqüências do amanhã.
 
É próprio do homem querer sustentar seus objetivos, observa com prazer suas atitudes, corre atrás do aprazível, daquilo que lhe agrada e se deleita quando sente a vitória. Este empreendimento, às vezes, lhe custa muito caro, mas quem não se lança na água jamais sabe sua temperatura e muito menos nadar. Lute por sua felicidade, sem nunca ferir a dos outros. Para viver com dignidade, poder evoluir na vida e na sociedade, o ser humano precisa de momentos felizes, o que comumente, chamamos de felicidade. Possuindo conhecimentos, experiências de vida, consciência de si e de sua liberdade, cada pessoa constrói sua vida, sabendo que ela não é pronta ou solucionada, mas precisa ser construída no vasto repertório de altos e baixos, nutrindo afetos, sentimentos e emoções, edificando assim, a fertilidade necessária e as energias vitais para o seu existir.
 
Um presente, uma visita, um beijo, abraço, aperto de mão entre outros, podem nos levar à felicidade. Todavia, sua metodologia merece cuidados. Quantas decepções são advindas da tal considerada felicidade? Em quantas pessoas colocamos tanta esperança em sorrisos, segredos familiares ou pessoais e no mais alto da surpresa vem o amargo do excesso da confiança. Hoje a felicidade precisa de dois braços, o da prudência e o da cautela. Contudo, a felicidade não nos pode inibir. É certo que ela nos cobra uma grande dose de esforço, empenho e a sermos atletas nos corredores da vida. Porem, augurá-la ou prognosticá-la é um risco que nos pode custar caro. Nunca devemos pensar que a felicidade é maior do que nós. Ela tem apenas o nosso tamanho. Ela é como dia, tem sua manhã, tarde e noite. Tudo depende da gente. Lute por sua felicidade, sem nunca ferir sua consciência. Pense nisso.
 
Cônego Manuel Quitério de Azevedo
Colunista do Portal Ecclesia.
Arquidiocese de Diamantina (MG). Bacharel e mestre em teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia de Assunção (SP); doutor em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (Itália).
 

 

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