Como vai o Sinodo dos Bispos?

24/10/2012 14:37

 

 
Sínodo dos bispos: com vai?
Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, explica como está o Sínodo dos bispos

BRASÍLIA, segunda-feira, 22 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Publicamos a seguir um texto enviado a ZENIT pela arquidiocese de Brasília, no qual Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, narra os acontecimentos do Sínodo.

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Concluída a segunda semana da XIII Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, há muita gente que se pergunta: o Sínodo, como vai? e os brasileiros no Sínodo, como estão? No relato anterior , intitulado "Sínodo dos Bispos: como acontece?", foram apresentadas várias informações sobre como o Sínodo é realizado. São abordados, aqui,  o andamento dessa Assembleia Sinodal e, de modo especial, a participação do Brasil.

Representando o Brasil, estão os quatro bispos eleitos na última Assembléia Geral da CNBB: D. Geraldo Lyrio Rocha, de Mariana, D. Leonardo U. Steiner, secretário da CNBB, D. Odilo Scherer, de São Paulo, D. Sergio da Rocha, de Brasília, e o bispo nomeado pelo Santo Padre, D. Benedito Beni dos Santos, de Lorena. Cada um deles teve oportunidade de fazer um pronunciamento de no máximo cinco minutos, rigorosamente cronometrado. Todos optaram pelo italiano, uma das cinco línguas oficiais do Sínodo. Um resumo da "intervenção" de cada Bispo tem sido publicado no jornal L'Osservatore Romano e no site do Vaticano. Um texto maior e mais completo foi entregue à Secretaria Geral do Sínodo. Os pronunciamentos são baseados nos temas do Instrumentum Laboris, documento preparatório que desenvolve o tema geral deste Sínodo: "A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã".  Os bispos do Brasil e da América Latina tem se referido bastante ao Documento de Aparecida. Os bispos brasileiros tem se inspirado também nas atuais Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

D. Sérgio falou no dia 10, destacando a importância dos catequistas e do processo de iniciação cristã na Nova Evangelização. D. Beni apresentou os novos desafios à Evangelização e a contribuição dos movimentos eclesiais e novas comunidades.   No dia 13, falaram D. Leonardo e D. Odilo.  A atuação dos leigos e de, modo especial, o papel da juventude, foram destacados por D. Leonardo. D. Odilo abordou o testemunho dos santos e a necessidade de novos evangelizadores com profunda experiência de fé. Por fim, D. Geraldo Lyrio, no dia 16, ressaltou o papel da liturgia como lugar privilegiado de encontro com Deus e de evangelização. Cada um dos participantes gostaria de apresentar muitos outros temas relevantes para a evangelização no Brasil e  no mundo. Contudo, este não foi o único momento em que os participantes podem falar. Tem sido preciosa a reflexão partilhada nos grupos de trabalho ("circoli minori"), por grupo linguístico. A "palavra livre", no final das principais sessões, tem sido enriquecedora, permitindo maior participação. A convivência fraterna entre os bispos, nos intervalos das sessões e nas casas de hospedagem, tem ajudado muito na reflexão e na busca de propostas pastorais.

Há outros brasileiros participando do Sínodo. O cardeal D. João Braz de Aviz participa como Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada. Foram nomeados como "auditores": a Ir. Maria Antonieta Bruscato, FSP, Superiora Geral da Pia Sociedade das Filhas de São Paulo, e o Pe. Ari Luis do Vale Ribeiro, da Diocese de Santo Amaro - SP. O Pe. Luiz Alves de Lima, SDB, atua como "perito".   

A última semana é decisiva. Serão concluídas e votadas as "proposições" que servirão, especialmente, para a elaboração da "Exortação Apostólica Pós-Sinodal", documento pontifício a ser oportunamente publicado.  A "Mensagem", divulgada sempre no final da Assembleia Sinodal, já foi apresentada e discutida em plenário, restando apenas a aprovação do texto definitivo, prevista para o dia 26. A nomeação do Arcebispo de Brasília para compor a Comissão da Mensagem do Sínodo (Nuntio Apparando), formada por doze bispos, tem sido vista como gesto de reconhecimento da importância da Igreja no Brasil e na América Latina.

O Sínodo dos Bispos tem sido uma ocasião especial de comunhão na Igreja. É bela a experiência de convivência e diálogo entre os bispos dos vários continentes e, de modo especial, a presença do Santo Padre. A participação assídua do Papa Bento XVI, a sua sabedoria, simplicidade e cordial atenção têm encantado a todos. O Sínodo representa um dos frutos preciosos do Concílio Vaticano II, promovendo a unidade e a corresponsabilidade na Igreja. Trata-se de um exercício precioso de colegialidade episcopal. A participação de presbíteros, religiosos(as), diáconos e leigos(as) amplia e fortalece a comunhão eclesial. A busca da unidade entre todos os que creem em Cristo tem sido bem manifestada através da participação de "delegados fraternos", representantes de outras Igrejas cristãs. Todos eles tem tido oportunidade de falar à Assembleia Sinodal, demonstrando também o desejo de unidade e a urgência da evangelização no mundo de hoje. O Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, dirigiu a palavra no final da celebração eucarística do dia 11 de outubro. O Arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, primaz da Igreja Anglicana, fez o seu pronunciamento numa das sessões do Sínodo. A busca de diálogo com o mundo atual encontra estímulo na conferência apresentada aos Padres Sinodais pelo Prof. Werner Arber, presidente da Pontifícia Academia das Ciências.   

Em resposta às perguntas iniciais, podemos dizer, com gratidão e esperança, que o Sínodo vai bem. Vai muito bem, graças a Deus! Nesta semana decisiva, a oração de todos faz-se ainda mais necessária. Por isso, continue a rezar pelo Sínodo.  

Dom Sergio da Rocha, Arcebispo de Brasília

 

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