Módulo VIII - Sacramentos

28/05/2013 09:48

Módulo VIII

Sacramentos – Parte I

Início: 28/05/2013

Término: 15/06/2013

 

1. Os sacramentos na História da Salvação. Deus criou o Homem, colocando-o no centro da mesma, com os dons da inteligência, consciência e liberdade; assim, o sobrenatural, faz parte do Homem, segundo o projeto de Deus. Porém, o Homem rejeitou o projeto de Deus, seguindo o seu próprio projeto, surgindo a desarmonia com os outros, com a natureza e com Deus. Deus dá ao Homem a possibilidade de se reencontrar, entrando na História como Deus-redentor: na Antiga Aliança, essa obra é prefigurada, é sinal de Aliança melhor; é realizada em Cristo e por Cristo, pelo Seu mistério pascal; por fim, a redenção é atualizada na Igreja, sobretudo mediante a Palavra e os Sacramentos, no Espírito Santo. É sobretudo através dos sacramentos que o mistério de Cristo se torna em presente salvífico.

 

2. A realidade sacramental.

Ø  RITOS: O Homem utiliza ritos na sua vida: o rito é uma operação social, programada, repetitiva e simbólica que, por meios que põem em ação o domínio do supra-racional e do sensível, visa estabelecer uma comunicação com o oculto. É uma transição que serve de caminho ao Homem para passar de um estado a outro.

Ø  SINAIS: há vários tipos de sinais, como os naturais (o fumo é sinal do fogo), os convencionais (foi definido a priori o significado para aquele sinal, por exemplo um sinal de trânsito) e os simbólicos (indicam algo para além dele).

Ø  SÍMBOLOS: tem duas partes, uma sensível, que corporiza uma realidade imaterial que o Homem só pode apreender com as partes que o unem, chama a atenção para outra realidade.

Ø  Sacramentos ou o invisível tornado presente através de sinais. Sacramento = sinal sagrado.

Ø  Necessidade antropológica dos sacramentos: são da necessidade do Homem e não de Deus, sendo um dos grandes sinais do amor para connosco.

Ø  Cristo, o proto-sacramento ou o sacramento fontal. Cristo é o único sacramento de Deus, Aquele que O revela plenamente: “Quem Me vê, vê o Pai” (Jo 14, 9). É de Cristo que todos os sacramentos adquirem o seu sentido.

Ø  A Igreja, sacramento principal de Cristo. Cristo ressuscitado e glorificado prolonga-Se historicamente na Igreja, que deve viver de forma a tornar visível a presença salvadora de Cristo.

Ø  O cristão, sacramento de Cristo e da Igreja. O cristão deve ser sinal de Cristo e da Igreja, porque deve manifestá-los, ser deles sinal clarividente e torná-los presentes no mundo, com toda a sua vida que deve ser sacramental, presença de Cristo e da Igreja.

Ø  Os sete sacramentos, momentos privilegiados da sacramentalidade de Cristo, das Igreja e do cristão. Os sete sacramentos são os momentos mais decisivos da sacramentalidade de Cristo e da Igreja na vida dos homens, sob a ação do Espírito. Tocam elementos essenciais da vida do Homem: incorporação na comunidade eclesial, constituição da família, luta contra o pecado, etc.

 

3. Origem, número e definição dos sacramentos.

Ø  Origem e instituição dos sacramentos. Os sacramentos têm a origem na Trindade. A Escritura fala-nos na intervenção direta de Jesus na instituição de alguns sacramentos, sem descer a pormenores. Não há declarações solenes da sua instituição: mas há a fundação da Igreja, fazendo-a sacramento do Seu Reino; os sacramentos são prolongamentos dos gestos salvadores de Deus na História; os sacramentos procedem de Cristo, porque de Cristo procede a Igreja.

Ø  O termo sacramento. Em latim, sacramentum, tinha dois significados: juramento militar que era o termo técnico que exprimia o juramento da bandeira dos soldados romanos; ou também significava o depósito por ocasião de um processo (caso se perdesse, ficava para esse lugar sagrado). É o meio através do qual uma pessoa ou coisa se torna sagrada.

Ø  Mysterion e sacramentum. O termo mysterion é importante na economia sacramental. Mais tarde, sacramentum assimila o sentido bíblico de mysterion, citado 27 vezes no Novo Testamento e passou a significar: O projeto escondido e salvífico de Deus que se comunica e se manifesta às pessoas, aos povos, especialmente por meio de Cristo e pela acção da Igreja.

Ø  Os sacramentos ao longo da História. A definição de sacramentos e o seu número variaram ao longo da História. Durante muitos séculos, a palavra sacramento, usada como sinônimo do símbolo do sagrado, aplicava-se a centenas de sacramentos. Por exemplo, Stº Agostinho enumera 304! Ele define o conceito de sacramento (estrito): sinal sagrado ou palavra visível duma realidade invisível. A partir do séc. XII começam a sobressair sete gestos da Igreja, que são os 7 sacramentos atuais. Estes foram definidos no Concílio de Trento, em 1547: Os sacramentos das Nova lei são sete, nem mais nem menos. Após o Concílio Vaticano II, o emprego da palavra sacramento recebeu um sentido mais amplo.

Ø  E porquê sete e só sete? Nos primeiros séculos o conceito de sacramento era amplo; na Idade Média, com o pulular das heresias, houve necessidade de clarificar o conceito, colocando-se o acento na eficácia sacramental. Mais do que um número aritmético, o número 7 exprime a plenitude, a totalidade… Tratou-se de clarificar o que era ou não sacramento e evitar que tudo fosse sacramento. Eventualmente, a Graça de Deus pode chegar por outras formas, mas a Igreja garante que chega pelos sete sacramentos.

Ø  Os sete sacramentos: Batismo, Confirmação (ou Crisma), Eucaristia, Reconciliação (ou Penitência ou Confissão), Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimônio.

Ø  Definições de sacramento. Antes do Concílio Vaticano II, a mais corrente era: sinal sensível instituído por Cristo que comunica a Graça que santifica; esta definição não atende à sua relação com os gestos salvadores de Deus na História dos homens. Atualmente, começa a privilegiar-se a noção de encontro: ações de Cristo glorificado nas quais Deus vem ao encontro do Homem; as chaves de leitura são; a História da Salvação, Cristo, a Igreja e o Homem. O sacramento encerra duas realidades: aquilo que não conhecemos (o plano de Deus) e a sua manifestação (a comunicação de Deus por meio dos sinais e símbolos do mundo humano). Os sacramentos são memória (das intervenções de Deus na História), presente (atualizam do mistério de salvação) e promessa (anúncio do que há-de vir).

Ø  Sacramentos é diferente de sacramentais: sacramentais são sinais sagrados que, embora não conferindo a graça do Espírito Santo, preparam para receber a graça e dispõem para cooperar. As bênçãos ocupam lugar de destaque nos sacramentais.

 

4. Elementos dos sacramentos. Têm quatro elementos: a matéria ou coisa sensível (elementos que se utilizam, como água, óleo, etc.), forma ou palavras que o ministro utiliza com a intenção de fazer o que a Igreja faz: administrar o sacramento de acordo com a vontade de Cristo; ministro ou a pessoa que o executa (Cristo é o ministro principal; só pode ser ministro o homem devidamente ordenado, ou o legitimamente eleito com esta finalidade pela legítima autoridade), sujeito ou pessoa que o recebe. O sacramento válido é aquele que, na sua confeção ou recepção, se produziu verdadeiramente; sacramento lícito é o sacramento válido que, além disso, foi confeccionado ou recebido de acordo com as condições próprias dele e, portanto, produz todos os seus efeitos. Um exemplo de um sacramento inválido seria o caso de o sacerdote, na Consagração, usasse água em vez de vinho; um exemplo de um sacramento ilícito, seria o caso de um médico que batizasse uma criança que não estivesse em perigo de morte. Os sacramentos devem ser negados aos sujeitos incapazes e a sujeitos indignos.

 

5. Efeitos dos sacramentos. São três os efeitos principais: comunicam a graça santificante (dom sobrenatural que nos faz participar da vida divina, apaga no homem o pecado e comunica-lhe nova vida), comunicam a graça sacramental (comunica ao cristão, no tempo oportuno, nas diversas situações da sua vida espiritual, as graças necessárias ao cumprimento dos seus deveres) e alguns imprimem caráter (marca espiritual indelével impressa na alma, o selo do Espírito Santo, não podem ser recebidos mais do que uma vez, nos seguintes sacramentos Batismo, Confirmação e a Ordem. Os sacramentos não produzem a graça se existir um obstáculo (por exemplo, a falta do estado de graça para alguns sacramentos, etc.), podem reviver os que só se podem receber uma vez ou poucas vezes (a Eucaristia e a Reconciliação não revivem), quando se adquirir aquela disposição necessária quando se recebeu mal o sacramento. Batismo: dá-nos a vida nova de filhos de Deus na Igreja. Confirmação: o Espírito Santo fortalece-nos para que sejamos testemunhas de Cristo. Eucaristia: participamos do Sacrifício de Cristo e comungamos o Seu Corpo e Sangue. Reconciliação: Cristo perdoa-nos os pecados e reconcilia-nos com Deus e com a Igreja. Unção dos Enfermos: Cristo fortalece o cristão perante a doença, velhice ou a morte. Ordem: Cristo consagra sacerdotes para servir o Seu povo. Matrimônio: Cristo santifica a união do homem e da mulher.

 

6. Classificações dos sacramentos. Podem ser: de iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia), de cura (Reconciliação e Unção dos Enfermos) e de serviço à comunidade (Ordem e Matrimônio).

 

7. Normas atuais sobre os sacramentos. O Código de Direito canônico dedica nove cânones aos sacramentos em geral.

 

8. Os sacramentos na sociedade atual. Na sociedade atual, existem vários escolhas e problemas, relativamente à vivência dos sacramentos: por vezes são vistos como folclore, como magia, como mera tradição a cumprir; ou então, como garantia da salvação, como mero produto de consumo, numa perspectiva individualista, sem celebração comunitária… Ou então, aqueles que não frequentam os sacramentos, porque não lhes encontram o sentido, embora até possam ter fé.

 

Leituras Complementares

Catecismo da Igreja Católica artigos do 1113 ao 1134

Módulo VIII

Sacramentos Parte II

 

1.      Os sacramentos da iniciação cristã. São eles: o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia; eles formam um todo, embora hoje em dia a prática pastoral não ajuda muito a compreensão da sua unidade; nos primeiros tempos do cristianismo, eram recebidos na mesma celebração.

 

2.      O sacramento do Batismo. 

2.1.O seu nome: provem do grego baptizein e significa mergulhar na água; também é chamado de “banho de regeneração e da renovação no Espírito Santo” (Tt 3, 5), “luz” (Ef 5, 8), etc.

 

2.2.Dimensão histórica.

Ø  Antecedentes. No ambiente não-bíblico os banhos sagrados eram usuais (Egito, Babilônia, etc.), como limpeza das impurezas, aumento da força e o dom da imortalidade. No Antigo Testamento, esse banho de água é meio legal de purificação; nos ambientes do judaísmo, algumas fações praticam-no como adesão; o Batismo de João é o modelo mais próximo do cristão: significava a conversão e perdão dos pecados, a vontade de fazer parte do novo povo de Deus, João batiza em água e Jesus no Espírito Santo (At 1, 5).

Ø  Instituição: Jesus fez-Se batizar como forma de nos dar o exemplo e também como carácter de confirmação: de fato, Jesus é o Messias, que vai dar início à Sua vida pública. O verdadeiro batismo de Jesus é a Páscoa, o mergulho na morte e na ressurreição de entre os mortos. Antes de deixar os discípulos, o Senhor ressuscitado envia-os em missão, dizendo-lhes: “Ide, pois, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19).

Ø  O princípio da Igreja: a princípio lemos nos Atos e em Paulo que se batizava “em nome de Jesus”, mas vai-se impondo a fórmula trinitária de Mt 28, 19. No dia de Pentecostes são batizados inúmeros adultos. A Didaché (ano 100) já nos dá um exemplo do rito de batismo da época.

Ø  O catecumenado. O aumento do número de candidatos, o risco de apostasia ou heresia decorrentes das perseguições ou das seitas levarão a Igreja a reforçar as exigências da formação dos catecúmenos, nascendo assim o itinerário da Iniciação cristã, que se prolongará por dois ou três anos. Trata-se de um período intenso de preparação remota (investigação sobre a vida dos candidatos, as catequeses, etc), próxima (com uma intensa série de reuniões, é apresenta-se o candidato ao bispo, entrega-se o Credo, etc) e última. No batismo propriamente dito mergulhavam num tanque de água, onde desciam três degraus, faziam-se três perguntas: “Crês em Deus Pai? Crês em Jesus Cristo? Crês no Espírito Santo?”; a cada uma das perguntas, o batizando respondia: “Creio!” e mergulhava na água; depois, subia os outros três degraus: mergulhado com Cristo na morte, ressuscita com Cristo para a vida! Além disso, havia a unção, a imposição das mãos, a entrega da veste branca que deveriam levar por uma semana; e a Eucaristia, onde os recém-batizados iriam participar do Corpo e Sangue de Cristo.

Ø  Do séc. VI ao Vaticano II. Nesta época, cada vez mais pessoas são batizadas, até que só há crianças para batizar; para elas far-se-ão adaptações no ritual da iniciação cristã; abandona-se o Batismo por imersão pelo de infusão; a Confirmação passa a ser administrada após a Eucaristia; mais tarde, a primeira comunhão passa para os 7 anos (Pio X) e surge a “comunhão solene”.

 

2.3.Dimensão teológica. No Batismo existem as dimensões: trinitária (batizados em nome da Trindade); cristológica (somos revestidos de Cristo, como profetas, sacerdotes e reis); pneumatológica (renasce-se para uma nova vida pelo Espírito Santo); eclesial (somos incorporados na comunidade eclesial); escatológica (vamos ao encontro do Senhor que vem); é sacramento de fé (compromete-nos também com a mesma fé); imprime o carácter batismal indelevelmente; purifica-nos do pecado; necessitamos do Batismo para entrar no Reino de Deus. Alguns batizados em igrejas não-católicas são aceitos (como os evangélicos, metodistas, etc), mas outros não (como os Mórmons, as Testemunhas de Jeová, etc).

 

 

2.4.Dimensão ritual e litúrgica.

Ø  Depois da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, existem três maneiras de proceder à iniciação cristã: o ritual para o Batismo dos adultos; o ritual para o batismo das crianças em idade de catequese; o ritual para o batismo dos bebés. Coloca-se muitas vezes em questão se é necessário batizar os bebés; sabe-se que no Novo testamento, quando diversas famílias eram batizadas, todos da mesma família (o que incluía os bebés e crianças) eram batizados.

Ø  O ritual do baptismo desenvolve-se em quatro locais: o átrio ou porta (ainda não faz parte do Povo de Deus); a Liturgia da Palavra (a Palavra, presença de Cristo); a Liturgia do sacramento (a bênção da água – a água simboliza várias coisas: morte, banho e purificação, morte-vida, etc.; a fonte batismal: a água “viva” corrente, purifica-nos, regenera-nos, a morte e ressurreição; a renúncia a Satanás; a profissão de fé; o banho de água, que significa sepultar-se com Cristo e ressuscitar com Ele; a unção com o Crisma; a veste branca; a vela – Jesus é a luz do mundo; e a procissão até junto do altar: do Batismo à Eucaristia); e a conclusão, junto do altar, que é símbolo terreno da felicidade.

 

2.5.Dimensão jurídica. A regulamentação da doutrina da Igreja sobre o batismo está no Código de Direito Canónico de 1983; exemplo: o cânone 843 diz-nos que deve-se receber o baptismo antes de todos os outros, no cânone 845, diz-nos que o batismo imprime carácter; no cânone 851, diz-nos que a celebração do batismo deve ser devidamente preparada; o cânone 861 diz-nos que o ministro ordinário é o Bispo, presbítero ou diácono; no 874 diz-nos quais as condições que os padrinhos devem ter para o ser, etc.

 

2.6.Dimensão vivencial. Os sacramentos pressupõem, para quem os recebe, um assentimento com a vida, no dia-a-dia; exige-nos conhecer a fé, vivê-la e demonstrá-la com obras, os sacramentos não são gestos mágicos; “somos baptizados” e não “fomos baptizados” e agora passou!

 

3.      O sacramento da Confirmação.

3.1.O nome do sacramento. “Confirmação” =fortalecimento; também recebe o nome de crisma (unção com óleo perfumado e consagrado), imposição das mãos, consignação (sinal da cruz feito com a mão), etc.

 

3.2.Dimensão histórica.

Ø  No N.T. aparece-nos um rito rudimentar: oração, imposição das mãos e comunicação do Espírito Santo (At 8, 14-17; 19, 6). Na Igreja primitiva, a Confirmação estava unida aos ritos de iniciação (batismo-confirmação-eucaristia). Apesar das mudanças que o ritual da Confirmação teve ao longo do tempo, o significado foi sempre o da comunicação do Espírito. No séc. V, introduz-se no Ocidente a unção frontal e a imposição das mãos fica para segundo plano. A liturgia própria do sacramento aparece no século XI, sendo o ministro ordinário, o bispo. Na Alta Idade Média, procurando a unificação dos ritos, impôs-se a unção com o crisma e a fórmula: “Eu te assinalo com o sinal da cruz e te confirmo com o crisma da salvação, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. S. Tomás de Aquino apresenta como essencial a imposição das mãos, que começa a fazer-se ao mesmo tempo que a unção, e a partir de 1752 passa a ser obrigatória. Hoje vigora o ritual renovado de Paulo VI (1971), no qual se determina que será a unção com crisma sobre a testa impondo as mãos dizendo: “recebe por este sinal o dom do Espírito Santo”.

Ø  A separação da confirmação do baptismo deve-se a vários motivos, como: o batismo de necessidade (de crianças e adultos), em que a urgência não permitia realizar o cerimonial completo, omitia-se a Confirmação; os presbíteros foram pouco a pouco assumindo as funções dos bispos e também a de batizar, ficando o gesto da imposição das mãos reservado ao Bispo, como forma de vinculação à Igreja Universal; a teologia contribui para esta separação, visto que se aprofundava as diferenças entre ambos.

 

3.3.Dimensão teológica. A Confirmação vincula-nos mais firmemente à Igreja, une-nos mais a Cristo, “confirma” a vida baptismal, é um novo “Pentecostes” em que cada cristão recebe a fortaleza, marca-nos com o selo indelével do carácter. É o sacramento da maturidade cristã, em que as duas dimensões essenciais da pessoa (a pessoal e a social) estão mais desenvolvidas, acentuando mais diretamente a participação na missão de Cristo e da Igreja. Quando é uma criança que é confirmada, não significa que viva automaticamente a sua fé como pessoa adulta, mas fica capacitada para o desempenho e a vivência social da fé; trata-se de um «sim» a Jesus Cristo.

 

3.4.Dimensão ritual e litúrgica.

Ø  Consagração do santo crisma (é o bispo que, na Quinta-feira santa, consagra o santo crisma para toda a diocese); antes da confirmação, os confirmandos renovam as promessas batismais, renunciando a Satanás e às suas seduções e renovando as verdades de fé essenciais; em seguida, o Bispo impõe as mãos sobre todos os confirmandos; com este gesto quer-se significar a recepção do dom do Espírito; em seguida, a crismação propriamente dita, em que o bispo traça o sinal da cruz na fronte do confirmando, dizendo: “(nome), recebe, por este sinal, o Espírito Santo, o dom de Deus”; na crismação utiliza-se o óleo, que tem diversos significados: purifica-nos, é a alegria, sinal de cura, de beleza, de força, etc. Jesus é o “Cristo”, que significa o “ungido”. Segue-se a oração universal.

Ø  No Oriente, o ministro do Crisma é o presbítero; no ocidente é o bispo ou também o presbítero, desde que devidamente autorizado pelo bispo.

 

3.5.Dimensão jurídica. Encontra-se no Código de Direito Canónico, por exemplo nos cânones 879 (o sacramento imprime carácter), 880 (o sacramento é conferido pela unção do crisma na fonte, pela imposição das mãos), 882 (o ministro ordinário da Confirmação é o Bispo), 889, 890, 892, 893, etc.

 

3.6.Dimensão vivencial. O sacramento pressupõe em nós e exige-nos como resposta: que sejamos testemunhas, que sejamos apóstolos e profetas e que sejamos mártires (dando a vida, se necessário, pela fé) e que acreditemos no grande dom do Espírito Santo.

 

 

4.  A Eucaristia.

 

4.1 – O seu nome. Eucaristia, do grego “eucharistein”= ação de graças. Teve várias nomes ao longo da história: Ceia do Senhor, fração do pão, oblação, sacrifício, reunião, missa, celebração eucarística, etc.

 

4.2 – Dimensão histórica da Eucaristia.

Ø  Os antecedentes. A Páscoa judaica dos judeus era um sacrifício, uma refeição sagrada, uma ação de graças, e uma festa de família a que presidia o pai e na qual se comia um cordeiro recordavam-se os benefícios de Deus e celebravam-se os dois fatos centrais da história judaica: a libertação do Egito e a eleição como Povo de Deus. As duas passagens de Deus (Páscoa= “passagem”) ficaram ligadas a dois sacrifícios: o sacrifício do cordeiro (Ex 12) e o sacrifício da Aliança no Monte Sinai (Ex 24). Cristo é chamado de Cordeiro Pascal; Jesus dá um novo significado à Páscoa, pela Eucaristia: a passagem da morte à vida, das trevas à luz…

Ø  Origem e instituição da Eucaristia. Jesus instituiu a Eucaristia no decorrer de uma refeição pascal judaica. “Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus – tomou o pão – deu graças – partiu-o – deu-o (Lc 22, 19). E disse: isto é o Meu corpo… Fazei isto em Minha memória. Do mesmo modo, depois de cear, tomou o cálice…” (1 Cor 11, 23-26). É o texto mais antigo que nos fala da Eucaristia, pelo ano 55, Corinto, vinte anos após a morte de Cristo. Ao longo da história, ficou sempre a salvo a substância da Eucaristia, embora em cada período da história se desse um acento particular.

Ø  As primeiras comunidades. Há uma relação forte entre Eucaristia e Assembleia (ekklésia, em grego), “assíduos à fração do pão” (Act 2, 46), “Os cristãos tinham o costume de se reunir em assembleia num dia fixo antes da aurora” (Carta de Plínio, o Jovem, ano 112), etc.. A Assembleia reúne-se para partir o pão: não há igreja-edifício nem missal! A reunião faz-se na casa de um dos membros e inspiram-se nos modelos de liturgia judaica. Em 150, Justino refere uma celebração com um esquema já delineado (leituras, alocução, oração, eucaristia…), em que se partilhava o Corpo e o Sangue do Senhor. A Eucaristia tinha uma tonalidade muito escatológica, pois pensava-se que a Vinda do Senhor estava iminente; com o tempo, a espera ardente esvaiu-se, mas a Eucaristia conservou o carácter inicial de refeição escatológica (“Vem, Senhor Jesus!”).

Ø  Organização (séc. IV a séc. VIII). Com a paz de Constantino, o número de cristãos aumenta, tornam-se as casas pequenas para as assembleias, criando-se edifícios para esse fim, as “casas de Igreja”, da assembleia; embora a participação dos fiéis ainda seja abundante, caminha-se para uma oficialização progressiva, com a necessidade de mais ministros e de livros litúrgicos.

Ø  Uniformização e privatização (séc. VIII ao séc. XVI). Com a dinastia carolíngia (nomeadamente Carlos Magno) assiste-se a uma evolução da liturgia, levando a que cada vez mais a Eucaristia se celebrasse com o celebrante sozinho, com “um ajudante de missa”, importando ou não a assistência de fiéis à Missa. As correntes de piedade popular aumentam, comunga-se cada vez menos, e já não na mão, mas na língua, nasce o culto do Santíssimo Sacramento, etc. No séc. XIII, o IV Concílio de Latrão obriga os fiéis a comungarem ao menos uma vez por ano, depois de terem confessado os seus pecados, por ocasião da Páscoa . Os fiéis estão cada vez mais afastados do centro da celebração, até pelo aparecimento das grandes catedrais, que diminuem ainda mais a “comunicação entre fiéis e o celebrante.”

Ø  O Concílio de Trento (séc. XVI). Unificou-se o modo de celebrar, para remediar a grave situação da liturgia e o perigo que esta situação fazia correr à Eucaristia, nomeadamente taxas abusivas sobre os atos litúrgicos, a proliferação de devoções em redor dos ritos, separação entre os fiéis e os clérigos no santuário, dimimuição do significado do domingo em prol de festas dos santos, etc. O Papa São Pio V em 1570 fixa oficialmente o Missal romano e suprime os outros modelos, deixando apenas a faculdade de deixar as dioceses de praticarem a sua liturgia local, se tivessem mais de 200 anos: por exemplo, Milão, Paris, Braga, dominicanos, etc.

Ø  De Trento ao Vaticano II. Surgem sinais de renovação, como a tradução do missal para uso dos fiéis, no séc. XVII, comentários da liturgia para lutar contra as alegorias deturpadoras, Pio X restaura a comunhão frequente (1905) e em 1907 pede a “participação ativa dos fiéis na liturgia”, começam-se a criar cânticos populares, Pio XII restaura a vigília pascal em 1951, a Semana Santa em 1956, as missas vespertinas e abranda o jejum eucarístico em 1953.

Ø  A Reforma do Vaticano II. Simplifica o desenrolar ritual da celebração; disposição mais funcional, a fim de permitir a comunicação (cadeira do celebrante, ambão, altar e celebrante voltados para o povo…); restabelecimento da concelebração e fim das missas paralelas e simultâneas; prioridade dada à celebração do domingo, sobre as festas dos santos e as “missas votivas”; primeiro lugar dado à missa com povo e participação deste na ação litúrgica; utilização da língua falada pelos participantes como língua litúrgica; importância devolvida à Palavra de Deus; Regresso à oração eucarística proclamada em voz alta; Reintrodução da Oração Universal, da comunhão na mão, e até, da comunhão sob as duas espécies… Estes pontos de reforma, entre outros, tornam a missa do Vaticano II, segundo o Ordo Missae de Paulo VI, 3/4/1969, mais conforme com os primeiros séculos da Igreja e, por isso, mais próxima da Ceia do Senhor.

4.3 – Dimensão teológica da Eucaristia. A eucaristia é a fonte e o cume da vida cristã e da vida eclesial. O pão significa o dar a vida (fruto do suor), o vinho significa a alegria, mas também alude ao sangue; Cristo é o novo maná, descido do céu, para alimentar um grande número de pessoas, depois de multiplicar os pães e os peixes. São quatro os aspectos essenciais: reatualização do mistério pascal de Cristo: da sua morte e ressurreição. A Eucaristia multiplica, no tempo e no espaço, a presença sacramental do único sacrifício de Cristo, para que, em cada etapa da vida, nos possamos inserir no Seu mistério de morte e ressurreição. Mistério de comunhão (1 Cor 10, 16-17). sinal, fonte e compromisso de união, de partilha com o Senhor e os irmãos. Comunhão do Seu Corpo e Sangue; da Sua mentalidade, sentimentos e estilo de vida. Memorial do que o senhor fez por nós e do seu amor até à morte. “Fazei isto em memória de Mim” (1 Cor 11, 25). É memorial de toda a história da salvação, mas em particular de Cristo e do Seu mistério pascal, centro, cume e plenitude da maravilhosa epopeia das intervenções salvíficas de Deus ao longo da história. Nela relembramos o que Cristo fez por nós, mas também tudo isso é tornado novamente presente. Cristo está realmente presente na Assembleia dos Fiéis, no ministério sacerdotal, na pessoa dos justos, nos Sacramentos, na Sua Palavra, na Eucaristia…. Cada uma destas presenças é real, mas cada uma a seu modo: mas na Eucaristia é a presença real por excelência. Cristo está realmente presente na eucaristia, pois assim Ele nos disse e Ele não nos engana. A sua finalidade é para que cada um se transforme, se torne em Cristo. Que são afinal, esse pão e esse vinho consagrados? “Presença real de Cristo oferecida aos homens sob o sinal do pão e do vinho”. Sacrifício da nova aliança, viático e penhor de glória. Em cada Eucaristia confirma-se e renova-se esse mútuo “sim” (Deus e o Homem), iniciado no Batismo. A Eucaristia é também “o pão vivo descido do céu” (Jo 6, 30-71), o maná que nos alimenta e fortalece durante a viagem para a Nova Terra Prometida. É garantia e penhor de que um dia, se formos dignos, participaremos nas bodas eternas do Cordeiro.

 

 

4.4 – Dimensão jurídica da Eucaristia. Algumas normas: Cân. 897: “Augustíssimo sacramento é a santíssima Eucaristia, na qual se contém, se oferece e se recebe o próprio Cristo Senhor e pela qual continuamente vive e cresce a Igreja. O Sacrifício eucarístico, memorial da morte e ressurreição do Senhor, em que se perpetua pelos séculos o Sacrifício da cruz, é o ápice e a fonte de todo o culto e da vida cristã, por ele é significada e se realiza a unidade do povo de Deus, e se completa a construção do Corpo de Cristo. Os outros sacramentos e todas as obras de apostolado da Igreja se relacionam intimamente com a santíssima Eucaristia e a ela se ordenam”; outros cânones: 899 (a celebração eucarística é a acção do próprio Cristo e da Igreja….), 900 (O ministro, que, fazendo as vezes de Cristo, pode realizar o sacramento da Eucaristia, é somente o sacerdote validamente ordenado), 910 (o ministro ordinário da sagrada comunhão é o Bispo, presbítero e o diácono), Cân. 916 (Quem está consciente de pecado grave não celebre a missa nem comungue o Corpo Senhor, sem fazer antes a confissão sacramental, a não ser que exista causa grave e não haja oportunidade para se confessar; nesse caso, porém, lembre-se que é obrigado a fazer um ato de contrição perfeita, que inclui o propósito de se confessar quanto antes), etc.

 

4.5 – Dimensão vivencial da Eucaristia. O que supõe, o que exige de nós, como resposta e quais os seus frutos?

que tenhamos fé: a fé é aceitar Jesus, o que Ele fez e disse e comprometer-me com Ele; Ele não se engana, nem me engana, por isso também devo acreditar na Eucaristia. A comunhão aumenta a nossa união com Cristo: “quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e eu nele” (Jo 6, 56). A comunhão afasta-nos do pecado: fortifica a caridade que apaga os pecados veniais; preserva-nos dos pecados mortais futuros; a eucaristia não está ordenada ao perdão dos pecados mortais, mas quanto mais participarmos na vida de Cristo e progredirmos na sua amizade, mais difícil nos será romper com ele pelo pecado mortal. Amor exige amor… Sermos no mundo sinais de unidade, impele-nos à missão… Os que recebem a Eucaristia ficam mais estreitamente unidos a Cristo. Por isso mesmo, Cristo une todos os fiéis num só corpo a Igreja. Compromete-nos em especial com os pobres: para receber na verdade, o corpo e o sangue do senhor entregue por nós, temos de reconhecer Cristo nos mais pobres, seus irmãos. Gratidão a Cristo: “A visita ao Santíssimo Sacramento é uma prova de gratidão, um sinal de amor e um dever de adoração para com Cristo nosso senhor” (Paulo VI, Encíclica Mysterium Fidei). Eucaristia, “penhor da glória futura”: sustenta as nossas forças ao longo da peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna e desde já nos une à Igreja do céu.

 

4.6 – Documentos da Igreja sobre a Eucaristia. Destacam-se estes: Encíclica ‘Ecclesia de Eucharistia’. A Igreja da Eucaristia (João Paulo II, 17/4/2003); Carta Apostólica ‘Mane nobiscum Domine’. Fica connosco, Senhor (João Paulo II, 7/4/2004); Instrução da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos – Redemptionis sacramentum , 25 de Março de 2004. Congregação para o culto divino e a disciplina dos sacramentos – Ano da Eucaristia: sugestões e propostas. 15 de Outubro de 2004. BENTO XVI, 22 de Fevereiro de 2007, Exortação Apostólica Pós-sinodal Sacramentum caritatis’. O sacramento da caridade.

 

Leituras Complementares

Catecismo da Igreja Católica artigos do 1210 ao 1419

 

 

Módulo VIII

Sacramentos  - Parte III

6. Relembrando a classificação dos sacramentos: os sacramentos de iniciação cristã são o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia; os sacramentos de cura são a Reconciliação e a Unção dos Enfermos; os sacramentos de serviço à comunhão são a Ordem e o Matrimônio. Seguem-se números do Catecismo da Igreja Católica.

Utilizaremos para esse nosso estudo o Catecismo da Igreja Católica.

 

7. O Sacramento da Reconciliação

1485 “Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito Santo; aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados; aqueles aos quais os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,22-23).

1486 O perdão dos pecados cometidos após o Batismo é concedido por um sacramento próprio chamado sacramento da Conversão, da Confissão, da Penitência ou da Reconciliação.

1487 Quem peca fere a honra de Deus e seu amor, sua própria dignidade de homem chamado a ser filho de Deus e a saúde espiritual da Igreja, da qual cada cristão é uma pedra viva.

1488 Aos olhos da fé, nenhum mal é mais grave que o pecado, e nada tem consequências piores para os próprios pecador, e para a Igreja e para o mundo inteiro.

1489 Voltar à comunhão com Deus depois de a ter perdido pelo pecado é um movimento que nasce da graça do Deus misericordioso e solícito pela salvação dos homens. E preciso pedir esse dom precioso para si mesmo e também para os outros.

1490 O movimento de volta a Deus, chamado conversão e arrependimento, implica uma dor e uma aversão aos pecados cometidos e o firme propósito de não mais pecar no futuro. A conversão atinge, portanto, o passado e o futuro; nutre-se da esperança na misericórdia divina.

1491 O sacramento da Penitência é constituído de três actos do penitente e da absolvição dada pelo sacerdote. Os actos do penitente são o arrependimento, a confissão ou manifestação dos pecados ao sacerdote e o propósito de cumprir a penitência e as obras de reparação.

1492 O arrependimento (também chamado contrição) deve inspirar-se em motivos que decorrem da fé. Se o arrependimento for motivado pelo amor de caridade para com Deus, é chamado “perfeito”; se estiver fundado em outros motivos, será “imperfeito”.

1493 Aquele que quiser obter a reconciliação com Deus e com a Igreja deve confessar ao sacerdote todos os pecados graves que ainda não confessou e de que se lembra depois de examinar cuidadosamente sua consciência. Mesmo sem ser necessária em si a confissão das faltas veniais, a Igreja não deixa de recomendá-la vivamente.

1494 O confessor propõe ao penitente o cumprimento de certos atos de “satisfação” ou de “penitência”, para reparar o prejuízo causado pelo pecado e restabelecer os hábitos próprios ao discípulo de Cristo.

1495 Somente os sacerdotes que receberam da autoridade da Igreja a faculdade de absolver podem perdoar os pecados em nome de Cristo.

1496 Os efeitos espirituais do sacramento da Penitência são: a reconciliação com Deus, pela qual o penitente recobra a graça; a reconciliação com a Igreja; a remissão da pena eterna devida aos pecados mortais; a remissão, pelo menos em parte, das penas temporais, sequelas do pecado; a paz e a serenidade da consciência e a consolação espiritual; o acréscimo de forças espirituais para o combate cristão.

1497 A confissão individual e integral dos pecados graves, seguida da absolvição, continua sendo o único meio ordinário de reconciliação com Deus e com a Igreja.

1498 Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, consequência do pecado.

 

8. O Sacramento da Unção dos Enfermos

1526 “Alguém dentre vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados, estes lhe serão perdoados” (Tg 5,14-15).

1527 O sacramento da Unção dos Enfermos tem por finalidade conferir uma graça especial ao cristão que está passando pelas dificuldades inerentes ao estado de enfermidade grave ou de velhice.

1528 O tempo oportuno para receber a sagrada unção é certamente aquele em que o fiel começa a encontrar-se em perigo de morte devido à doença ou à velhice.

1529 Cada vez que um cristão cair gravemente enfermo, pode receber a sagrada unção. Da mesma forma, pode recebê-la novamente se a doença se agravar.

1530 Só os sacerdotes (Bispos e presbíteros) podem administrar o sacramento da Unção dos Enfermos; para conferi-lo, empregam óleo consagrado pelo Bispo ou, em caso de necessidade, pelo próprio presbítero celebrante.

1531 O essencial da celebração deste sacramento consiste na unção da fronte e das mãos do doente (no rito romano) ou de outras partes do corpo (no Oriente), unção acompanhada da oração litúrgica do presbítero celebrante, que pede a graça especial deste sacramento.

1532 A graça especial do sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos: a união do doente com a paixão de Cristo, para seu bem e o bem de toda a Igreja; reconforto, a paz e a coragem para suportar cristãmente os sofrimentos da doença ou da velhice; perdão dos pecados, se o doente não pode obtê-lo pelo sacramento da Penitência; restabelecimento da saúde, se isso convier à salvação espiritual; a preparação para a passagem à vida eterna.

9. O Sacramento da Ordem

1590 São Paulo disse a seu discípulo Timóteo: “Eu te exorto a reavivar o dom de Deus que há em ti pela imposição de minhas mão, (2Tm 1,6), e “se alguém aspira ao episcopado, boa obra deseja” (1 Tm 3,1). A Tito dizia ele: “Eu te deixei em Creta para cuidares da organização e ao mesmo tempo para que constituas presbíteros em cada cidade, cada qual devendo ser como te prescrevi” (Tt 1,5).

1591 Toda a Igreja é um povo sacerdotal. Graças ao Batismo, todos os fiéis participam do sacerdócio de Cristo. Esta participação se chama “sacerdócio comum dos fiéis”. Baseado nele e a seu serviço existe outra participação na missão de Cristo, a do ministério conferido pelo sacramento da Ordem, cuja tarefa é servir em nome e na pessoa de Cristo Cabeça no meio da comunidade.

1592 O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis porque confere um poder sagrado para o serviço dos fiéis. Os ministros ordenados exercem seu serviço com o povo de Deus por meio ensinamento (múnus docendi: “encargo de ensinar”), do culto divino (múnus liturgicum: “encargo litúrgico”) e do governo pastoral (múnus regendi: “encargo de governar”).

1593 Desde as origens, o ministério ordenado foi conferido e exercido em três graus: o dos bispos, o dos presbíteros e o dos diáconos. Os ministérios conferidos pela ordenação são insubstituíveis na estrutura orgânica da Igreja. Sem o bispo, os presbíteros e os diáconos, não só pode falar de Igreja.

1594 O Bispo recebe a plenitude do sacramento da ordem que o insere no Colégio episcopal e faz dele o chefe visível da Igreja particular que lhe é confiada. Os Bispos, como sucessores dos apóstolos e membros do Colégio, participam da responsabilidade apostólica e da missão de toda a Igreja, sob a autoridade do papa, sucessor de São Pedro.

1595 Os presbíteros estão unidos aos bispos na dignidade sacerdotal e ao mesmo tempo dependem deles no exercício de suas junções pastorais; são chamados a ser atentos cooperadores dos Bispos; formam em torno de seu Bispo o “presbitério”, que com ele é responsável pela Igreja particular. Recebem do Bispo o encargo de uma comunidade paroquial ou de uma junção eclesial determinada.

1596 Os diáconos são ministros ordenados para as tarefas de serviço da Igreja; não recebem o sacerdócio ministerial, mas a ordenação lhes confere junções importantes no ministério da Palavra, do culto divino, do governo pastoral e do serviço da caridade, tarefas que devem cumprir sob a autoridade pastoral de seu Bispo.

1597 O sacramento da Ordem é conferido pela imposição das mãos, seguida de uma solene oração consecratória que pede a Deus, para o ordenando, as graças do Espírito Santo, necessárias para exercer seu ministério. A ordenação imprime um carácter sacramental indelével.

1598 A Igreja só confere o sacramento da ordem a homens (viris) batizados, cujas aptidões para o exercício do ministério foram devidamente comprovadas. Cabe à autoridade da Igreja a responsabilidade e o direito de chamar alguém para receber as Sagradas Ordens.

 

10. O Sacramento do Matrimônio

1659 São Paulo diz: “Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a igreja... E grande este mistério: refiro-me à relação entre Cristo e sua Igreja” (Ef 5,25.32).

1660 O pacto matrimonial, pelo qual um homem e uma mulher constituem entre si uma íntima comunidade de vida e de amor, foi fundado e dotado de suas leis próprias pelo Criador. - uma natureza, é ordenado ao bem dos cônjuges, como também à geração e educação dos filhos. Entre os batizados, foi elevado, por Cristo Senhor, à dignidade de sacramento.

1661 O sacramento do Matrimônio significa a união de Cristo com igreja. Concede aos esposos a graça de amarem-se com o mesmo amor com que Cristo amou sua Igreja; a graça do sacramento leva à perfeição o amor humano dos esposos, consolida unidade indissolúvel e os santifica no caminho da vida eterna.

1662 O Matrimônio se baseia no consentimento dos contraentes, isto é, na vontade de doar-se mútua e definitivamente para viver uma aliança de amor fiel e fecundo.

1663 Como o Matrimônio estabelece os cônjuges num estado público de vida na Igreja, convém que sua celebração seja pública no quadro de uma celebração litúrgica diante do sacerdote (ou de testemunha qualificada da Igreja), das testemunhas e da assembleia dos fiéis.

1664 A unidade, a indissolubilidade e a abertura à fecundidade essenciais ao Matrimônio. A poligamia é incompatível com unidade do matrimônio; o divórcio separa o que Deus uniu; a recusa da fecundidade desvia a vida conjugal de seu mais excelente”: a prole.

1665 O novo casamento dos divorciados ainda em vida do legítimo cônjuge contraria o desígnio e a lei de Deus que Cristo ensinou. Eles não estão separados da Igreja, mas não têm acesso à comunhão eucarística. Levarão vida cristã principalmente educando seus filhos na fé.

1666 O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o lar é chamado, com toda razão, de “Igreja doméstica”, comunidade de graça e de oração, escola das virtudes humanas e da caridade cristã.

 

Leitura Complementar:

Catecismo da Igreja Católica do artigo 1420 ao 1666

 

Fonte: Catecismo da Igreja Católica e Curso de Formação Cristã

 

Questionário:

 

 

  1. O que são os sacramentos?

Escolher uma resposta.

            a) Os sacramentos são os meios, os canais, pelos quais toda igreja nos transmite a graça divina, os merecimentos de Jesus Cristo.          

            b) Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é concedida a vida divina.        

            c) Os sacramentos são meras representações das ações realizadas por Cristo no decorrer de sua vida pública antes de ser morto e ressuscitado.

 

  1. Quantos e quais são os sacramentos?

Escolher uma resposta.

            a) São sete: batismo, confirmação, eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e o matrimônio. Correto            

            b) São seis: missa, terço, jejum, caridade, orações vocais e orações meditativas.   

            c) São sete: batismo, santa missa, crisma, comunhão, unção dos enfermos, ordem e o matrimônio.         

            d) São sete: batismo, crisma, comunhão, confissão, unção dos enfermos, liturgia e o matrimônio.

 

  1. Quem pode receber o Batismo?

Escolher uma resposta.

            a) Somente as crianças, logo que nascem, podem receber o batismo.         

            b) Qualquer pessoa ainda não batizada pode receber o Batismo.    

            c) Somente os adultos conscientes dos valores da Igreja podem receber o batismo.

 

 

 

  1. Quando Jesus Cristo instituiu a Eucaristia?

Escolher uma resposta.

            a) No Domingo de Páscoa, quando “ressuscitou dos mortos” com seu corpo glorioso, proclamando a vitoria contra a morte           

            b) No Natal, quando o “verbo se fez carne e habitou entre nós”. Cristo se fez homem para depois se tornar corpo e sangue.          

            c) Na Quinta-Feira Santa, "na noite em que ia ser entregue" ele celebrou com os seus apóstolos a Última Ceia

 

  1. Qual é o rito essencial da Confirmação?

Escolher uma resposta.

            a) O rito essencial é a imposição das mãos do Bispo e as palavras: Eu te batizo em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo

            b) O rito essencial é a unção com a água benta na fronte do batizado e as palavras do bispo: "Selo do dom que é o Espírito Santo"         

            c)  O rito essencial é a unção com o sagrado óleo do crisma na fronte do batizado com as palavras: "Recebe por este sinal o dom do Espírito Santo"

 

 

 

  1. O que significa transubstanciação?

Escolher uma resposta.

            a)É o movimento que se faz no ofertório, quando o padre eleva as substâncias do pão e do vinho a Deus.            

            b) Significa a conversão de toda a substância do pão em Corpo de Cristo e de toda a substância do vinho em seu Sangue.

            c) Significa a conversão e alteração do pão e do vinho em corpo e sangue de Jesus que se realiza pela oração eucarística.

 

  1. Qual é o desígnio de Deus sobre o homem e sobre a mulher? Escolha a resposta ERRADA.

Escolher uma resposta.

            a) Deus criou o homem e a mulher, chamou-os a uma íntima comunhão de vida e de amor.        

            b) Deus criou o homem e a mulher para que se amem mutuamente e somente um ao outro.         

            c) Deus, pela graça do matrimônio, os constituiu uma só carne para que fossem fecundos.

 

  1. O que é o sacramento da Ordem?

Escolher uma resposta.

            a) É o sacramento pelo qual a missão confiada por Cristo aos seus Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até o final dos tempos.

            b) É o sacramento pelo qual o homem se torna padre, se torna o próprio Cristo, o verdadeiro sacerdote da Igreja.

            c) É o sacramento pelo qual o homem consagrado se torna outro Cristo no mundo e seu poder na Igreja permanecerá até o final dos tempos.

 

  1. Quem pode receber o sacramento da Unção dos enfermos?

Escolher uma resposta.

            a) Pode recebê-lo o fiel que se encontra no leito de morte, já sem esperança de vida.       

            b) Pode recebê-lo o fiel que precisa que sua alma seja encomendada pelo padre.  

            c) Pode recebê-lo o fiel que se encontrar em perigo de morte por doença ou velhice.

 

  1. Quando foi instituído o sacramento da reconciliação?

Escolher uma resposta.

            a) Quando Jesus apareceu a seus apóstolos e lhes disse: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, serão retidos".

            b) Quando apareceu a seus apóstolos e lhes disse: “As raposas têm covas, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”.  

            c) Quando apareceu a seus apóstolos e lhes disse: “A paz esteja convosco. Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura".

 

 

 

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