Módulo X - A Missa e a Liturgia

23/06/2013 10:45

Segunda Parte do Curso de Formação Católica

A Vida Cristã

 

Módulo X

A Missa e a Liturgia

Início: 24/06/2013

Término: 30/06/2013

 

Liturgia

 

1. Liturgia. Vem do grego leitourgia e significa “ação do povo”. É o encontro de Deus com o Seu Povo para celebrar a aliança; o povo reúne-se em Assembleia Litúrgica, convocada por Deus. O principal mistério que se celebra nela é o Mistério Pascal, a “passagem” da morte à vida de Jesus Cristo, Sua paixão, morte e ressurreição. Na liturgia, Cristo está presente na assembleia reunida em seu nome, na Palavra proclamada, na Eucaristia e nos sacramentos, na oração da Igreja. O Domingo, Dia do Senhor, é o dia por excelência da reunião da assembleia cristã, porque foi o dia em que Jesus ressuscitou, é dia de alegria, de repouso, é a “Páscoa” semanal. A organização do ano como celebração progressiva do mistério de Cristo é o Ano Litúrgico. Tem como fundamentos: o domingo, o ritmo temporal (segue os mistérios de Cristo) e o santoral (dos santos). Tem 3 ciclos temporais: Páscoa, Natal e Tempo Comum. Os tempos fortes são: advento, Natal, Quaresma e Páscoa.

 

 

Os dias mais importantes são o Tríduo pascal: 5ª Santa (instituição da Eucaristia), 6ª Santa, (Celebração da Paixão e Morte do Senhor), Sábado Santo, Vigília Pascal (a mãe de todas as celebrações) e o Domingo de Páscoa (dia da ressurreição de Jesus). 50 dias após a Páscoa temos a solenidade do Pentecostes (descida do Espírito Santo), que encerra o Tempo pascal. O 34º Domingo Comum (Solenidade de Cristo Rei) é o último domingo do Ano Litúrgico. As celebrações ao longo do ano, tanto do Senhor, da Virgem Maria ou dos santos, podem ser solenidades, festas e memórias (obrigatórias ou facultativas). Relacionadas com o Senhor temos: Apresentação do Senhor (2/2), Anunciação (25/3), Santíssima Trindade, Corpo de Deus, Transfiguração, etc.; com a Virgem Maria temos: Imaculada Conceição (8/12), Mãe de Deus (1/1), Sagrada Família, Assunção (15/8), etc.; com os santos temos: São José (19/3), São João Batista (24/6), S. Pedro e S. Paulo (29/6), Todos os Santos (1/11), etc. A festa primordial é o Domingo, que só deve ser sacrificado em favor de outras celebrações da máxima importância, como as solenidades e festas do Senhor; contudo, no Advento, Quaresma e Páscoa, o domingo tem precedência sobre todas as solenidades e festas do Senhor. Há uma tabela de precedência, de importância, quando calham várias celebrações no mesmo dia: os mais importantes são o Tríduo Pascal, Natal, Epifania, Ascensão, Pentecostes, Domingos de advento, Quaresma, Páscoa, Quarta-feira de Cinzas… solenidades do Senhor, solenidades próprias, Festas do Senhor, memórias obrigatórias, memórias facultativas; por último estão as férias do Tempo Comum. Para facilitar dispôs-se uma rotação de Ciclos: para as leituras dominicais (três leituras): Ano A: centrado no evangelho de Mateus; Ano B: centrado em Marcos; Ano C: centrado em Lucas. S. João está presente durante o tempo quaresmal, pascal, e em alguns domingos do Ano B, por Marcos ser um evangelho mais breve. Para as feriais (prevê duas leituras): anos pares e anos ímpares.

 

Ministros litúrgicos. Ministerium significa “serviço”, ser ministro é ser servidor, como Cristo que veio para servir e não ser servido. Na liturgia precisa-se de pelo menos: o presidente, o leitor, o cantor e o acólito. Podem ser ordenados (diaconado, presbiterado e episcopado), instituído (por exemplo, leitor e acólito, ministérios laicais), não instituídos, mas reconhecidos (como os ministros extraordinários da comunhão), “de fato” (quando se realizam de forma mais ou menos estável, serviços de leitor, cantor, etc, podem ser exercidos por homens e por mulheres; os instituídos só podem ser por homens); serviços (não chegam a ser ministérios, mas são serviços exercidos em favor da comunidade de forma menos estável e ocasional).

 

Símbolos e objetos litúrgicos: Toda a liturgia é ação simbólica, que nos convida a mergulhar no mistério infinito do amor de Deus. Na sua maioria são símbolos relacionados com a Natureza, por exemplo: água (simboliza a vida, mas também pode simbolizar a morte); o fogo (ação do Espírito Santo); a luz (fé em Cristo); pão (alimento essencial); vinho (sacrifício, mas também alegria); incenso (oração e sacrifício que se elevam a Deus); óleo (simboliza a bênção de Deus para uma missão específica); cinzas (penitência, humildade); outros símbolos: imposição das mãos (transmissão de cargo); cruz (vitória); IHS (iniciais de Iesus Hominum Salvator- Jesus Salvador dos homens); alfa e ómega (primeira e última letra do alfabeto grego: Cristo, princípio e fim das coisas); INRI (iniciais de Iesus Nazarenus Rex Iudaerum- Jesus Nazareno, Rei dos judeus); XP (letras do alfabeto grego, que correspondem a C e R, iniciais de Cristos = Cristo). Mas na liturgia utiliza-se uma série de alfaias e objetos litúrgicos: pão (de trigo puro sem fermento); vinho (puro, sem misturas); vasos sagrados: o cálice, a patena, a píxide ou cimbório ou âmbula (vaso com tampa que conserva as hóstias consagradas no sacrário), caixa-cibório (onde se coloca a comunhão para levar aos doentes), custódia (onde se coloca o Santíssimo nas Exposições Solenes; o aro de metal onde é colocado dentro da custódia, chama-se lúnula); âmbulas (contêm os santos óleos); teca (estojo onde se leva a eucaristia aos doentes), galhetas (recipientes para apresentar a água e o vinho no altar); lavandas (coisas necessárias para o sacerdote lavar as mãos antes de dar início à Oração eucarística); caldeira e hissope (para as aspersões de água benta), purificador (com água, para o sacerdote purificar as mãos, quando dá a comunhão fora da Missa); o turíbulo (queimador de incenso), naveta (onde se guarda o incenso), bandeja da comunhão (utilizada para acompanhar a distribuição da comunhão; panos do altar: a toalha do altar, o crismal (coloca-se entre o altar e a toalha), o corporal (pano quadrado de linho onde se colocam a patena e o cálice, em cima do altar), pala (cobertura quadrangular para colocar sobre o cálice), sanguíneo (para enxugar as mãos e boca do sacerdote após a sua comunhão), manustérgio (para purificar as mãos antes e depois do ato litúrgico); vestes litúrgicas ou paramentos: túnica ou alva (veste branca que cobre todo o corpo); cíngulo (cordão que ajusta a túnica à cintura); amito (espécie de lenço usado para envolver o pescoço); casula (veste ampla, aberta dos lados e sem mangas); estola (peça comprida e estreita de pano, da cor litúrgica do dia, que é deixada cair sobre o peito pelo bispo e presbítero, enquanto que o diácono a coloca a tiracolo); dalmática (veste solene, de meia manga, que o diácono pode usar); véu de ombros ou umeral (veste usada para o sacerdote ou diácono darem a Bênção do Santíssimo): pluvial (usada nas procissões); roquete (túnica pequena), sobrepeliz (espécie de roquete, mas sem braços ainda mais pequena); vestes não litúrgicas: batina ou sotaina (preta, 33 botões, símbolo da idade de Cristo e cinco botões em cada punho, representando as chagas de Cristo), a opa (usada pelas confrarias nas procissões); o cabeção (espécie de colarinho usado pelos sacerdotes). Os bispos utilizam insígnias episcopais: o anel (símbolo da fidelidade a Igreja, sua esposa), o báculo (espécie de cajado usado pelo bispo), mitra (colocada na cabeça dos bispos em certos momentos das celebrações litúrgicas), a cruz peitoral (cruz pendente sobre o peito), o pálio (faixa adornada em torno do pescoço usado por arcebispos e pelo papa em cerimónias pontificiais), solidéu (pequeno barrete de cor violeta para os bispos, vermelha para os cardeais e branca para o Papa); outros: crucifixo, círio pascal, candelabros, castiçais, velas de altar, cruz processional, pálio (cobertura, suspensa por varas, para as Procissões eucarísticas), umbela (espécie de guarda-sol para levar a proteger o Santíssimo), cestos da coleta e flores. No espaço celebrativo utiliza-se: altar ou mesa, ambão, sacrário, nave da Igreja (espaço reservado aos fiéis), presbitério (espaço em redor do altar, onde se realizam os atos sagrados), a sacristia, o lugar da presidência, o lugar do coro, credencia (mesa de apoio onde se colocam os objetos litúrgicos a usar na celebração), lamparina, a pia de água benta, pia batismal, púlpito, genuflexório, etc.; livros litúrgicos: Missal, Lecionário (leituras para a celebração), Evangeliário, Oração Universal, rituais (de matrimónio, exéquias, batismo, etc). Cores litúrgicas: branco (paz, vitória, Tempo Pascal), vermelho (fogo, sangue, Domingo de Ramos, Sexta-Feira Santa, Pentecostes, festas de mártires), verde (esperança, Tempo Comum), roxo (penitência, Advento e Quaresma), azul (só em algumas igreja particulares), preto (luto, missas pelos mortos), rosa (alegria, 3º Domingo de Advento, “Gaudete” e 4º Quaresma “Laetere”). Todo o corpo também participa da liturgia (mãos, pés, olhos, etc.)

 

Liturgia das Horas: é a santificação das horas do dia pela oração oficial que a Igreja, em união com Jesus Cristo e animada pelo Espírito Santo, eleva à Trindade. É obrigação dos sacerdotes rezar a Liturgia das Horas, mas qualquer fiel também a pode rezar. É constituída: por duas Horas principais, Laudes, no início do dia, e Vésperas, ao entardecer; a de Completas, do fim do dia; Matinas, louvor noturno quando em coro, mas adaptadas como oração meditativa a qualquer hora; e Horas de Tercia, Sexta e Nona, de que se pode optar por uma única (Hora Intermédia) na recitação fora do coro. Os Salmos, enquadrados por antífonas, são o núcleo central das Horas; estas abrem com o Hino e incluem leituras da Escritura e da Tradição em Matinas, e de leituras breves da Escritura nas restantes Horas; cada leitura é depois iluminada pelo Responsório; Laudes e Vésperas terminam com Preces concluídas pelo Pai-Nosso, e pela Oração Conclusiva.

 

Os ritos: a maioria são ritos litúrgicos ocidentais, de que se destaca o rito romano; outros ritos: ambrosiano, bracarense, galicano, moçárabe, Cartuxo, etc; no rito romano temos a forma ordinária e a extraordinária (Missa Tridentina); também se utiliza o Uso Anglicano. Nas igrejas católicas orientais utiliza-se em larga medida o rito bizantino (da antiga Constantinopla).

 

A pastoral litúrgica em cinco domínios: Domingo, religiosidade popular, liturgia sacramental, oração comunitária e ano litúrgico.

 

2. A religiosidade popular: existem vários conceitos para designar esta realidade, que por vezes confundem-se, como: religião popular, fé popular, religiosidade popular, piedade popular, devoções populares, exercícios piedosos, atos de piedade, exercícios paralitúrgicos, catolicismo popular, etc. As suas características são: espontaneidade, festiva, experiência do transcendente (para além do discurso racional), memória e partilha. Assume várias formas: linguagem orante, momentos celebrativos, ritualidade extraliturgica, itinerários, gestos oblativos, objetos de consagração. Concretamente podem estar ligadas a: Deus: por ex., a consagração do dia… Cristo: Visita ao Santíssimo, Via-sacra, Lausperene… Nª Srª (são muitas as devoções marianas, o que mostra o amor do povo pela Mãe de Deus): Angelus, Mês de Maria, Ave Maria, Salve Rainha, Rosário, Escapulário de Nª Srª do Carmo e medalhas, novenas, visitas aos santuários, promessas, etc. Anjo da Guarda: orações ao Anjo da Guarda… Santos: veneração das relíquias, peregrinações, procissões, imagens sagradas… Algumas vezes, o que começou por devoção popular acabou enquadrado na liturgia. O Catecismo da Igreja Católica, nºs 1675 e 1676 diz-nos que devem ser organizadas de forma a harmonizarem-se com a liturgia, porque “a liturgia lhes é, de longe, superior”; além disso, é necessário discernimento pastoral de forma a se purificar daquilo que menos bom contem. É necessário atuar em duas frentes: descobrir o que tem de positivo (a união da comunidade, a experiência emocional…) e valorizá-lo e purificá-lo; descobrir os contra-valores (como a superstição, a magia, o “comércio”, etc) e exclui-los; contudo, isto deve ser feito com cuidado, com compreensão. Todo o culto deve ser dirigido em última análise a Santíssima Trindade (culto de latria).

 

A Missa

1. A Missa e a sua estrutura.

A Santa Missa “consta, por assim dizer, de duas partes: a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. Estas duas partes, porém, estão entre si tão estreitamente ligadas que constituem um único acto de culto. De facto, na Missa é posta a mesa, tanto da palavra de Deus como do Corpo de Cristo… Há ainda ritos próprios, a abrir e a concluir a celebração” (IGMR, nº 28). Esquema da Missa: Ritos iniciais (entrada, saudação do altar e da assembleia, ato penitencial, Kyrie – Senhor, tende piedade de nós, Glória e Oração coleta); Liturgia da Palavra (Leituras bíblicas – 1ª leitura, salmo responsorial, 2ª leitura, evangelho, cânticos intercalares, homilia, profissão de fé e oração universal); Liturgia Eucarística (preparação das oferendas, oração eucarística e rito da comunhão); e Ritos de conclusão (avisos, bênção final e despedida). Na estrutura da Missa há um paralelismo com o que Jesus fez e disse na Última Ceia: Jesus tomou o pão (na Missa apresentam-se as oferendas), pronunciou a bênção (rezamos a Oração Eucarística), partiu o pão e distribui-o pelos discípulos (a Comunhão).

 

2. Os ritos iniciais. “Os ritos iniciais ou as partes que precedem a liturgia da palavra, isto é, cântico de entrada, saudação, ato penitencial, Senhor, Glória e oração coleta, têm o carácter de exórdio, introdução e preparação. Estes ritos têm por finalidade fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembleia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”. (Instrução Geral ao Missal Romano, IGMR, n.º 46). Em algumas comunidades, é realizado um comentário introdutório.

-   “Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembleia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros” (IGMR n.47). A música e o canto são uma forma de louvar a Deus. Toda a assembleia se encontra de pé. A procissão tem o sentido de caminharmos, como povo peregrino, rumo ao coração do Pai. A procissão pode ser mais simples (diretamente da sacristia) ou mais solene (entrada do fundo da Igreja), com determinada ordem. O presidente da celebração ao chegar ao altar genuflecte e dá um beijo no mesmo, como sinal de adoração, de reconhecimento para aquilo que irá ter lugar sobre ele, o pão e vinho tornam-se Corpo e Sangue do Senhor! Em seguida, há a saudação da Assembleia, começando pelo Sinal da Cruz: somos uma família reunida em nome da Santíssima Trindade; em seguida saúda a Assembleia, na sua maioria cumprimentos de São Paulo.

-   Ato penitencial. O sacerdote convida toda a assembleia a reconhecer-se pecadora e necessitada da misericórdia do Deus, com um momento de silêncio e em forma de contrição; não se trata do sacramento da reconciliação.

-   Kyrie, eleison. Depois do Ato Penitencial, diz-se sempre o “Senhor, tende piedade de nós (Kírie, Eleison)”, as invocações, a não ser que tenha sido incluído no ato penitencial.

-   Glória. É um hino de louvor à Santíssima Trindade, de glorificação, sendo o centro Jesus Cristo. É a ideia do hino entoado pelos anjos, quando Jesus nasceu. A assembleia congregada no Espírito Santo, dirige-se ao Pai e ao Cordeiro. Proclama-se nos domingos, exceto na Quaresma e no Advento e em celebrações mais solenes, não podendo ser substituído por outro.

-   Oração da coleta. Encerra os ritos iniciais, introduzindo a assembleia na celebração do dia. O sacerdote convida a assembleia a rezar (“Oremos”) e todos tomam consciência que estão na presença de Deus, formulando as suas orações. Depois, o sacerdote diz a oração que se chama “coleta”, própria do dia, pois o sacerdote recolhe todas as orações dos fiéis e apresenta-as ao Pai, por Cristo Nosso Senhor. Termina com o Ámen =”Assim seja!”, de adesão ao que foi dito.

 

3. A Liturgia da Palavra. “A parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra, acha-se presente no meio dos fiéis. Pelo silêncio e pelos cantos o povo apropria-se dessa palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé; alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro” (cf. n. 55 da IGMR).

-   Divisão da Liturgia da Palavra: Silêncio, 1ª leitura, salmo responsorial, 2ª leitura, Aclamação antes do Evangelho, Evangelho, (com Cânticos intercalares), Homilia, Profissão de fé e Oração universal ou dos fiéis.

-   Silêncio: “A Liturgia da Palavra deve ser celebrada de modo a favorecer a meditação”.

-   A liturgia dominical é diferente da liturgia dos dias da semana. A dominical divide-se em três ciclos (A- Mateus, B- Marcos, C-Lucas), nos quais a Igreja procura ler toda a Bíblia. Esquema: 1ª leitura, salmo, 2ªleitura, aclamação ao Evangelho e Evangelho. A 1ª leitura e o evangelho tratam geralmente do mesmo tema; o salmo responsorial (respondido pelo povo), meditação de leitura; a 2ª leitura é extraída do Novo Testamento. Na liturgia da semana só há uma leitura e a Bíblia é lida todos os anos. As leituras são proclamadas e não lidas.

-   Evangelho. É o ponto alto da liturgia da Palavra, todos ficam de pé, enquanto que o padre ou o diácono proclamam o Evangelho do ambão. O que proclama a Palavra do evangelho menciona a presença do Cristo vivo entre nós. Faz o sinal da cruz na testa (a mente acolha a Palavra), na boca (para que a proclame) e no coração (para que a sinta e a viva). É precedido de aclamação, Aleluia ou outro cântico, conforme o tempo litúrgico. Aleluia vem de Hallelu-Jah = Louvai Javé!

-   Homilia. Significa “conversa familiar”. É feita por um ministro ordenado (Sacerdote ou díacono) e confronta o mistério celebrado com a vida da comunidade. Na homilia, o sacerdote exorta o povo a viver a Palavra. Toda a assembleia senta-se, em atitude de escuta.

-   Profissão de fé (Credo). Todo o povo reunido responde à Palavra de Deus anunciada nas leituras das Escrituras e exposta na homilia e recordar e professar os grandes mistérios da fé, antes de serem celebrados na Eucaristia. Há dois símbolos: o maior, que é o que se proclama normalmente nas missas, é o Niceno-constantinopolitano (do século IV) e um menos extenso, mais antigo, o Símbolo dos Apóstolos.

-   Oração universal (ou dos fiéis). É a súplica comunitária pelas necessidades da Igreja universal, do mundo e Igreja local. As intenções devem relacionar-se com o tema do Evangelho, com as necessidades da Igreja, com os poderes públicos, com os que sofrem qualquer dificuldade, com a comunidade local.

 

4. A Liturgia Eucarística. Todas as atenções se voltam para o Altar, centro visível da liturgia eucarística, para onde, agora todos convergem. A Liturgia Eucarística consiste essencialmente na ceia sacrifical que, sob os sinais do pão e do vinho, representa e perpetua no altar o sacrifício pascal do Cristo Senhor. Sacrifício e ceia estão unidos de modo tão íntimo que, no momento mesmo em que se realiza e oferece o sacrifício, ele é realizado e oferecido sob o sinal da ceia.

-   Liturgia eucarística: Preparação das oferendas (dons/ofertas/Ofertório), Lavabo e Oração sobre as oferendas; Oração eucarística (Cânone /Anáfora), que inclui: Prefácio (Ação de Graças e Aclamação Sanctus – Santo), 1ª Epiclese, Narrativa da instituição e consagração, Segunda Epiclese, Anamnese, Oblação, Intercessões e Doxologia final; Rito da comunhão, que inclui: Pai nosso, Rito da paz, Fração do pão, Procissão para a comunhão, Comunhão e Oração depois da comunhão.

-   Apresentação das oferendas (ou dos dons ou ofertório). Trata-se de apresentar ao sacerdote presidente da celebração o pão e o vinho. Sobre o altar coloca-se o corporal, o sanguinho, o missal e o cálice, a não ser que se prepare na credencia. Também são recebidas ofertas em dinheiro para ajuda dos mais necessitados e necessidades da Igreja. Pode ser feita uma procissão de oferendas. O sentido das gotas de água no vinho: o vinho lembra a Redenção pelo sangue e de modo particular a paixão de Cristo e a água o novo povo de Deus nascido das águas do Batismo; a água e o vinho vão misturar-se, também nós devemos entrar em Cristo, identificar-nos com Ele. No lavabo o sacerdote lava as mãos, exprimindo por este rito o desejo de purificação interior. No final, temos a oração sobre as oblatas, que antecede a oração eucarística.

-   Oração eucarística (ou anáfora, ou prece eucarística). “Anáfora” vem do grego e significa oferecer, levantar para o alto. É o momento central de toda a celebração. Além das Orações Eucarísticas especiais com presença de crianças, há oito textos de Orações Eucarísticas para diversas ocasiões e motivos de celebração. Primeiro temos o Prefácio, que é o texto que antecede o momento da narrativa da instituição da Eucaristia, em que se louva a Deus pelas maravilhas que Ele operou na história da Salvação e continua ainda hoje fazendo por nós. O Prefácio inclui a Ação de Graças e a Aclamação, o Sanctus, Santo. Toda a Igreja, toda a assembleia, com os Anjos e Santos é convidada a uma grande aclamação a Deus. É retirado da Bíblia: Is 6, 3 e Mt 21, 9, não podendo ser modificado. Deus é o máximo da perfeição: três vezes Santo. Segue-se a primeira epiclese, em que o presidente da celebração continua a louvar a Deus e diz que a santidade está em Deus e suplica que o Espírito Santo santifique as oferendas do povo, pão e vinho, para que se tornem Corpo e Sangue de Cristo. Segue-se a narrativa da Instituição ou consagração. Nela recorda-se e actualiza-se aquilo que Jesus fez e disse. O pão e o vinho pelo poder do Espírito Santo, mudam-se no Corpo e Sangue do Senhor (transustanciação). De seguida, aclama-se: Eis o mistério da fé!, que não se refere exclusivamente àquele momento do relato da instituição da eucaristia, mas quer referir-se à toda a vida de Cristo na terra e a vida de Cristo em nós. Trata-se de fazer uma anamnese, significa recordação, memória. Comporta a oblação, em que a Igreja reunida realizando esta memória oferece a Deus Pai no Espírito Santo, a hóstia imaculada, e deseja que os fiéis, se ofereçam a Cristo buscando aperfeiçoar-se cada vez mais. Acontece uma segunda epiclese na Oração Eucarística, nova invocação do Espírito Santo, para que todos os participantes daquele ato litúrgico sejam transformados numa única assembleia, sem divisões. Seguem-se as intercessões, que exprimem que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, celeste e terrestre, e que a oblação é feita também por ela e por todos os membros vivos e defuntos (“Lembrai-Vos, Senhor da Vossa Igreja, dispersa por toda a terra…”). Por fim, a doxologia final (“Por Cristo, com Cristo, em Cristo…”), com o Ámen final, o Ámen por excelência da ação litúrgica.

-   Ritos da comunhão. Divide-se em Pai nosso, rito da paz, fração do pão, comunhão e oração depois da comunhão. No Pai nosso (Oração do Senhor) pede-se o pão de cada dia, que lembra o pão eucarístico, pede-se a purificação dos pecados. Não se diz o Ámen final, pois a oração continua a seguir, quando o sacerdote diz o embolismo (desenvolvimento da última petição do Pai nosso: “Livrai-nos de todo o mal, Senhor…”) e conclui-se com uma doxologia (“Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre”). Em seguida, a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana e os fiéis exprimem entre si a comunhão eclesial. O Cordeiro de Deus tem prioridade sobre o rito da paz e não pode ser modificado ou suprimido. O sacerdote parte a hóstia grande, é a fração do pão. A seguir mostra aos fiéis o pão eucarístico e convida-os a ceia de Cristo, e, unindo-se aos fiéis, faz um ato de humildade. Os que se encontram preparados (estar em graça, ter respeitado o jejum eucarístico de pelo menos uma hora antes da comunhão e saber a quem recebe), deverão ir em procissão. “Quem já recebeu a Santíssima Eucaristia pode recebê-la novamente no mesmo dia, mas somente dentro da celebração eucarística da qual participa” (Cân. 917). Poderá ser recebida de dois modos: na mão ou na boca. O ato de comungar não se restringe em receber hóstia. Comunhão significa comum+união, unimo-nos a Deus, aos irmãos, à Virgem Maria, aos Santos. Entoa-se o canto da Comunhão, que se prolonga oportunamente, enquanto os fiéis recebem o Corpo de Cristo. Após o sacerdote ter feito as purificações, volta à cadeira. Pode-se guardar durante algum tempo um sagrado silêncio. Embora não previsto, pode-se entoar um salmo, hino, ou outro canto de louvor. Após a comunhão e participando ainda da ceia, é recomendável que a assembleia faça silêncio a fim de que as pessoas possam rezar na intimidade: agradecer, adorar, louvar e também pedir. Seria também um momento oportuno para aqueles que, por algum motivo, não puderam comungar sacramentalmente, fazerem sua "comunhão espiritual". Toda a assembleia de pé. O sacerdote de pé diz: “Oremos”. Nesta oração o sacerdote implora os frutos do mistério celebrado e o povo, aclama Ámen e faz a sua oração.

 

5. Ritos finais: avisos, Bênção final (“O Senhor esteja convosco…”, Despedida da Assembleia, Beijo no altar por parte do sacerdote e depois inclinação profunda.

 

6. A Missa acabou? Depois dos ritos finais, a Missa não acaba… A assembleia é enviada em missão: “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe”. Antes dizia: “ite (ide) missa est (a missa terminou)” ou antes “ide, vós sois enviados”. A vossa missão no mundo começa: ide levar a todos os homens o que recebestes do Senhor. Todos respondem: “Ámen”.

 

Leituras Complementares:

Instrução do Missal Romano

Catecismo da Igreja Católica do artigo 1066 ao 1112 e do artigo 1135-1209

 

Fonte:Curso de Formação Cristã de Portugal

 

Questionário:

 

1.Quando a Igreja obriga a participar da santa missa?

Escolher uma resposta.

            a) Todos os dias deve se participar da santa missa.

            b) Em todo domingo e nas festas de preceito é preciso participar da Santa Missa.

            c) Uma vez por mês, desde que se acompanhe uma vez por semana pelas emissoras de televisão.

 

 

 

2.Quais são os frutos da santa Comunhão? Assinale a alternativa ERRADA

Escolher uma resposta.

            a) A Santa Comunhão nos faz mais santos, pois elimina todo tipo de pecado que a pessoa possa ter cometido mesmo sem a confissão.

            b) A Santa Comunhão aumenta a nossa união com Cristo e com a sua Igreja, conserva e renova a vida de graça recebida no Batismo e na Crisma.       

            c) A Santa Comunhão nos faz crescer no amor para com o próximo. Fortificando-nos na caridade, cancela os pecados veniais e nos preserva de futuros pecados mortais

 

            3.O que é a Liturgia? Escolha a alternativa correta.

Escolher uma resposta.

            a) A liturgia é todo culto público devido a Deus para a santificação dos homens e se dirige sempre a Jesus que é a cabeça da Igreja.  

            b) A liturgia é a celebração do Mistério de Cristo e em particular do seu Mistério Pascal, pelo exercício da função sacerdotal de Jesus.

            c) A liturgia é toda celebração realizada na Igreja católica Apostólica Romana, inclusive o santo terço e grupos de oração.

 

4.Que lugar ocupa a Liturgia na vida da Igreja? Escolha a alternativa ERRADA.

Escolher uma resposta.

            a) A Liturgia ocupa um lugar de grande destaque na Igreja, mas ela não é o centro da vida da Igreja.

            b) A liturgia, ação sagrada por excelência, constitui o ápice para o qual tende a ação da Igreja   

            c) A Liturgia é a fonte de que emana a sua força vital. Mediante a liturgia, Cristo continua na Igreja, a obra da nossa redenção.

 

5.A Quem dirigimos as nossas orações na celebração da Liturgia? Escolha a resposta correta.

Escolher uma resposta.

            a) Ao Espírito Santo derramado em nossos corações.         

            b) Ao Pai, que é a fonte e o fim da Liturgia.

            c) Ao filho que é o cordeiro imolado no altar.

 

6. Qual é o centro do tempo litúrgico?

Escolher uma resposta.

            a) O centro do tempo pascal é o sábado, Como Deus ensinou no antigo testamento.       

            b) O centro do tempo litúrgico é o domingo, fundamento e núcleo de todo o ano litúrgico.        

            c) O centro do tempo litúrgico é o domingo, que tem o seu ápice na missa do natal.

 

7.O que é a liturgia das Horas? Escolha a alternativa ERRADA.

Escolher uma resposta.

            a) Ela se compõe principalmente de Salmos, e também de leituras dos mestres espirituais.          

            b) Ela é a oração pública e comum da Igreja, é a oração de Cristo com o seu corpo, a Igreja.      

            c) Ela é o mistério de Cristo, por ela a Eucaristia santifica e transfigura o tempo de cada dia.

 

8.Quais são os lugares privilegiados dentro dos edifícios sagrados?

Escolher uma resposta.

            a) São o altar, o tabernáculo, a sede do bispo (cátedra) ou do presbítero, a estante de leitura, a pia batismal, o confessionário.          

            b) São o altar, o tabernáculo, a custódia do sagrado crisma e dos outros óleos sagrados, a sede do bispo (cátedra) ou do presbítero, o ambão, a fonte batismal, e a nave da assembleia.     

            c) São o altar, o tabernáculo, a custódia do sagrado crisma e dos outros óleos sagrados, a sede do bispo (cátedra) ou do presbítero, o ambão, a fonte batismal, o confessionário.   

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